Você sabia que a fratura no pé é muito mais comum do que as pessoas costumam imaginar? O fato é que as fraturas dos ossos metatarsais são os responsáveis por mais de 30% de todas as fraturas no pé.
É verdade que a fratura pode acontecer com qualquer pessoa, mas essas lesões tendem a ser mais comum em:
- Atletas;
- Mulheres;
- Pessoas entre a segunda e quinta década de vida.
Agora, em relação à frequência desses acontecimentos, a fratura do quinto metatarso é a mais comum.
Então, se você quer saber mais a respeito da fratura no pé, basta continuar nesse artigo que iremos falar sobre todos os detalhes.
Como é a anatomia do pé?
Primeiro, você precisa ter em mente que o pé se divide em metatarsos, que são eles:
- Primeiro metatarso;
- Metatarso central;
- Metatarso lateral;
O primeiro metatarso é o maior dentre os outros quatro, sendo que a sua cabeça é capaz de recobrir os 2 ossos sesamoides.
Inclusive, é esse osso sesamoide que fornece 2 dos 6 pontos de contato da frente do pé com o solo. Ou seja, permite com que suporte até 40% do peso.
Além disso, os metatarsos centrais possuem uma estrutura ligamentar bem significativa, a qual é capaz de ligar cada osso a seus vizinhos.
Em vista disso, a fratura de um desses ossos tende a ter uma associação com a lesão de ossos adjacentes.
Como é o mecanismo da fratura no pé?
A fratura é um tanto comum de acontecer, sendo que a grande parte delas se dá por conta de algum trauma de baixa a moderada energia.
Entretanto, a fratura do pé também pode acontecer devido algum acidente automobilístico ou por traumas perfurantes.
A fratura pode estar associada a ossos adjacentes, também, o que acaba por deixar a situação um pouco mais grave.
Mas, quando a lesão ocorre de maneira isolada, o médico precisa avaliar as demais articulações, em busca de uma lesão ligamentar.
Em contrapartida, as fraturas dos metatarsos (do primeiro ao quinto), tendem a ocorrer de forma isolada mesmo.
Também não há como deixar de falar das fraturas por estresse, as quais são mais comuns de ocorrer em mulheres com osteoporose, atletas com lesão por esforço repetitivo ou mesmo portadoras de algum distúrbio menstrual ou alimentar.
Quais são os tipos de fraturas no pé?
Antes de o médico indicar o tratamento, ele precisa saber o tipo de fratura que você tem, haja vista que não são todas iguais.
Ao sofrer fratura traumática, por exemplo, é quando houve a aplicação de uma forma excessiva no osso, mas que também pode ter ocorrido devido a movimentos repetitivos.
Agora, no caso de fratura patológica, nada mais é do que as que ocorrem sem qualquer explicação ou devido a pancadas pequenas.
Um grande exemplo de fratura patológica é quando o paciente tem osteoporose ou tumor ósseo, que deixa os ossos mais frágeis.
Fora isso, é importante saber que existe uma classificação de acordo com o tipo de lesão, sendo elas:
- Simples: quando atinge apenas o osso;
- Expostas: quando há perfuração da pele, onde torna-se possível ver os ossos. Como é aberta, está mais vulneráveis à infecções;
- Complicadas: além dos ossos, afeta outras estruturas, como músculos, vasos sanguíneos ou nervos;
- Incompletas: toda lesão no osso que não gera quebra, mas resultam em sintomas de fratura.
Apresentação clínica da fratura no pé
Em relação aos sintomas e sinais característico de fratura do pé e dos metatarsos, podemos citar o edema local no dorso do pé, equimose, crepitação, limitação para deambular etc.
Além disso, também é comum sentir dor nos dedos dos pés e aumento da temperatura local, também.
Como é feito o exame médico para fratura no pé?
A fratura ocorre por vários motivos e, portanto, o médico precisa avaliar qual foi a causa, até mesmo para indicar o melhor tratamento.
Nesse caso, o médico deve observar se há lesão associada, pontos de exposição e ainda avaliar se há possibilidade de síndrome compartimental aguda.
Para que seja possível obter um diagnóstico mais preciso, o médico ainda precisa considerar a história detalhada de como ocorreu a fratura.
Ele ainda deve fazer alguns exames físicos e de imagem, a fim de que seja possível avaliar o osso fraturado.
Tanto o raio x quanto a ressonância magnética são o suficientes para que o médico constate a fratura.
Entretanto, se for necessário o tratamento cirúrgico, o médico ainda pode solicitar uma tomografia, a fim de que possa planejar o processo.
Tratamento para uma fratura dos metatarsos
Na verdade, o tratamento é de acordo com o tipo de fratura que o paciente tem, haja vista que elas não são iguais.
Então, em relação ao tratamento para fratura dos metatarsos, podemos citar os seguintes:
Primeiro metatarsal
O primeiro metatarso é importante para que possamos colocar o pé no chão e caminhar normal. Mas, devido à fratura, isso pode gerar instabilidade residual.
Assim, pode levar à transferência de cargas para os metatarsos laterais, algo que gera um grande problema.
Nesse caso, o médico deve trabalhar para tratar a fratura e tentar restaurar tanto o comprimento quanto o alinhamento.
Dessa forma, torna-se possível transferir o peso para os metatarsos menores. Mas, para que o médico indique o tratamento mais adequado, ele deve considerar:
- Local onde houve a lesão;
- Tipo da fratura;
- Desvio;
- Estabilidade.
Quando optar pelo método conservador?
O médico opta pelo tratamento conservador quando:
- Não há desvio ou um desvio mínimo;
- Não há encurtamento;
- Sem exposição;
- Sem sinais de síndrome compartimental aguda.
Há diversos tipos de órteses para imobilizar a região que está fraturada, sendo que os principais modelos são as botas removíveis de dano curto ou mesmo as sandálias ortopédicas.
Quanto optar pela cirurgia?
A cirurgia apenas se torna uma opção quando há muita instabilidade ou com desvios significativos, por exemplo.
Nesse caso, deve-se levar em consideração o deslocamento do plano sagital, em especial quando o osso está elevado, em dorsiflexão.
As indicações mais clássicas para a cirurgia, são:
- Traço articular;
- Deformidade rotacional;
- Encurtamento;
- Desvio angular maior que 20.
Se porventura ocorrer o acometimento articular, como no caso das fraturas da cabeça da base, acaba necessitar a restauração de uma articulação congruente, a fim de reduzir os riscos de artrose pós-traumática.
Metatarsos centrais (2º ao 4º)
Também podem ocorrer lesões nos metatarsos centrais, por mais que eles sejam mais estáveis, por conta das conexões de partes moles e por haver menos mobilidade no local.
Em vista disso, as fraturas não deslocadas ou pouco deslocadas tendem a se dar melhor com o tratamento não cirúrgico.
Quando optar pelo método conservador?
Quando a lesão tem pouco ou nenhum desvio, então o médico com certeza irá optar por esse tipo de tratamento.
Nesse caso, também é necessário usar órteses para imobilizar, haja vista que elas ajudam a equilibrar a distribuição de cargas.
Além disso, o uso de muletas ou andadores também podem ajudar com que o indivíduo se mantenha de pé sem sentir muitas dores.
O médico ainda deve ajudar no controle do edema, uma vez que isso irá ajudar na recomposição da amplitude de movimento, bem como reduzir agentes inflamatórios locais.
Ou seja, acaba promovendo melhor cicatrização. Para esse resultado, gelo, manter o membro elevado e compressão no local pode ajudar.
Quando optar pela cirurgia?
A translação plantar ou dorsal do metatarso, por volta de 4 mm ou mais, pode aumentar a tensão e redistribuir as cargas.
Se esse for o caso, para garantir o bem-estar do paciente, o médico pode sim optar pela intervenção cirúrgica.
Entretanto, a estabilidade inerente que essas estruturas de tecidos moles oferecem acabam se deslocando, permitindo com que a estabilidade se mantenha intacta, mesmo com diversas fraturas metatarsais.
Grande parte dessas fraturas irão ter um bom desfecho clínico com o tratamento conservador. Contudo, deve-se estar atento às exceções.
Quinto metatarsal
A fratura do dedo do pé também pode ocorrer no quinto metatarso, sendo que esse é o tipo de lesão mais comum de acontecer.
Inclusive, as fraturas do quinto metatarso podem ocorrer em três zonas diferentes, sendo que o médico precisa avaliar cada uma de forma individual.
Agora, em relação às fraturas diafisárias, elas costumam ter uma excelente evolução com o tratamento conservador, o que torna o tratamento cirúrgico uma exceção.
Então, no caso de tratamento conservador, deve-se utilizar órteses removíveis, como botas de cano ou papete ortopédica.
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